Jaqueta biker, a rebelde de luxo
Poucas peças são tão versáteis quanto a jaqueta biker! Clássica, mantém a alma outsider até mesmo em flerte descarado com o glamour. Sim. A biker é um eterno beijo rebelde na boca do luxo!
Os criadores desse essencial contemporâneo são dois irmãos de origem russa, Irving e Jack Schott, que se especializaram em produzir jaquetas para motociclistas na Nova York dos anos 1920. O modelo perfecto, nomeado assim em homenagem à marca de charutos cubanos preferida de Irving, nasceu em 1928. Muito resistente a quedas, foi uma encomenda de uma revenda da Harley-Davidson adotada imediatamente pelos motociclistas – daí o apelido pelo qual a jaqueta ficou conhecida: “biker”.
James Dean, símbolo da rebeldia com sua perfecto
Até os anos 1950, a biker era o que chamamos de roupa de tribo, de reduto, de turma, no caso, os motoqueiros. Mas aí veio o cinema e captou a essência rebelde da peça, que se tornou protagonista do visual de um dos maiores ídolos da época, Marlon Brando, em O Selvagem (1953). Daí para a perfecto virar o símbolo da juventude de década foi um passo pequerrucho, inclusive vestindo estrelas, como James Dean ou Elvis Presley, e em grupos de estilo, como os babyboomers (os adolescentes nascidos no pós-guerra que impulsionaram novos valores de expressão).
Marlon Brando em ‘O Selvagem’
Nos anos 1970, a jaqueta biker voltou a brilhar, desta vez nos palcos, graças a três acordes que revolucionaram a música e a moda: punk. The Clash, Ramones e Sex Pistols resgataram a perfecto, reforçando seu caráter indócil sob qualquer suspeita. E foi assim que a jaqueta perfecto ingressou nos anos 1980, como uma desobediente de muita personalidade. Também nos anos 1980, graças a jovens estilistas de pouco preconceito e muita ousadia, como Jean-Paul Gaultier, ela ganhou um novo signo, o fashion, aparecendo, inclusive, nas passarelas das grandes semanas de moda.
O status de item cobiçado de moda chegou ao novo milênio com adendo singular: o de low perfeito para o high. Como assim? Além de um básico para combinações tão básicas quanto ela, como jeans e camiseta, a jaqueta biker é ideal para equilibrar visuais de muito luxo, de muito romantismo, de muita delicadeza, de muito brilho. Ou seja, onde há “um muito”, ela harmoniza com “um menos de muita atitude”, transitando bem no dia a dia profissional, na festa, no cinema, no encontro de sedução, na balada, no final de semana descompromissado… Enfim… Em tudo.
E como usar? Com vestido, com jeans, sob casacos de lã ou pele, com calça de alfaiataria, sobre cardigãs, com vestidos lady like, com saia lápis, com pantalona, com macacão… Na verdade, é mais fácil perguntar como não usar, e ainda vai ser difícil achar resposta. Abuse!
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